Através das observações subaquáticas no Rio Grande, realizadas pela equipe de pesquisadores do projeto, foi possível descobrir hábitos e comportamentos curiosos dos peixes. Veja abaixo algumas características comportamentais das espécies registradas na cabeceira, no alto e no médio Rio Grande em Minas Gerais.
Cabeceira do Rio Grande
Ponto de mergulho localizado no município de Bocaina de Minas.
Neste local, os lambaris (Astyanax fasciatus e Astyanax paranae) procuram alimento principalmente na boca das corredeiras, onde sementes, frutos e insetos são carreados pela correnteza.
A mocinha (Characidium gomesi) é um pequeno peixe que se desloca no fundo do rio com auxílio das nadadeiras peitorais e pélvicas.
A truta-arco-íris (Oncorhynchus mykiss) é uma espécie exótica proveniente da América do Norte, que encontrou condições favoráveis para sobrevivência nesta região.
Alto Rio Grande
Ponto de mergulho localizado no município de Ribeirão Vermelho.
O canivete (Apareiodon affinis) se alimenta principalmente de perifíton (composto de organismos vegetais e animais) que crescem sob as pedras.
O piau-três-pintas (Leporinus friderici) forma grandes cardumes no fundo do rio, que auxilia na proteção diante predadores.
Piaus de menor porte, como o flamenguinho (Leporinus octofasciatus) e o timburé (Leporinus striatus), formam cardumes mistos também para melhor proteção no rio.
O dourado (Salminus brasiliensis) é o maior predador nesta região do Rio Grande, o qual patrulha constantemente o rio, durante o dia, em busca de presas.
Médio Rio Grande
Ponto de mergulho localizado no município de São José da Barra.
Após a reprodução, o casal de cará (Geophagus cf. brasiliensis) cuida cuidadosamente da prole, afastando, inclusive, possíveis predadores de maior porte corporal.
Neste local, o pacu-prata (Myleus tiete) costuma habitar e alimentar-se nos bancos de vegetação aquática no rio.
O mato-grosso (Hyphessobrycon eques) é um peixe bem pequeno que vive em meio à vegetação aquática, sendo amplamente utilizado no aquarismo devido a sua cor avermelhada.
O tucunaré (Cichla piquiti), espécie exótica proveniente da bacia amazônica, é comum nesta região e se alimenta principalmente de peixes nativos.
Espécie de grande porte corporal e que chama atenção pela sua beleza, o cascudo-abacaxi (Megalancistrus parananus) habita tocas de pedra no fundo do rio.
Nesta região, grandes cardumes de mandi-amarelo (Pimelodus maculatus) são frequentemente observados procurando alimento no fundo pedregoso do rio.