Os Rios São Francisco, Cipó e Pandeiros, pertencentes a Bacia do São Francisco em Minas Gerais, possuem características ambientais distintas e uma rica fauna de peixes associada. Vejam algumas informações e impressões acerca dos três principais rios estudados.
O Rio São Francisco, próximo a sua nascente no Parque Nacional da Serra da Canastra, possui águas límpidas, levemente ácidas e com alto teor de oxigênio dissolvido. O porte do rio é pequeno, onde se intercalam diversos poços e corredeiras. A fauna de peixes predominante é composta por lambaris, canivetes, charutos, cascudos e pequenos bagres, além de tabaranas e curimatás-pioa.
Já o alto curso do Rio São Francisco, entre Três Marias e Pirapora, apresenta cerca de 15 vezes a largura do rio próximo a nascente, com águas de pH mais neutro e menos oxigênio dissolvido. A comunidade de peixes é extremamente rica e diversificada, podendo-se destacar as espécies maior porte, como surubins, dourados, matrinxãs, curimatás, corvinas, mandis, peixes-cachorro e diversos piaus.
O Rio Cipó chama atenção pelo alto grau de conservação da ictiofauna, possuindo águas límpidas, ácidas e altamente oxigenadas. Apesar do porte intermediário, este afluente do Rio das Velhas, que por sua vez deságua no São Francisco, apresenta uma grande riqueza e abundância de peixes, incluindo várias espécies migradoras como dourados, matrinchãs, piaus-verdadeiros e curimatás.
O pantanal do Rio Pandeiros, em Januária, é um paraíso ecológico protegido pela legislação estadual e federal. Considerado um grande berçário natural de peixes, este afluente do Rio São Francisco apresenta extensas áreas alagáveis (cerca de 1.200 hectares) com águas de pH neutro, levemente oxigenadas e muita matéria orgânica. De fato, foram observadas durante nosso estudo diversas espécies, incluindo juvenis, de importância comercial e ecológica, como curimatás, dourados, matrinchãs, piaus, piranhas e vários peixes de pequeno porte.