A pirapitinga (Brycon nattereri) é um peixe observado com frequência no alto Rio Cipó, no entanto esta espécie encontra-se ameaçada de extinção (categoria Vulnerável) no Brasil. Isto se deve ao fato da pirapitinga não ser encontrada facilmente em outras localidades da Bacia do Rio São Francisco, bem como em outras bacias hidrográficas onde possui distribuição natural (alto Paraná e Tocantins). Durante os trabalhos de campo no Rio Cipó, próximo ao distrito de Cardeal Mota (Serra do Cipó), esta espécie foi observada frequentemente em habitats com vegetação ciliar preservada, águas correntes e oxigenadas e fundo pedregoso.
Estudos relatam que a dieta da pirapitinga é composta predominantemente por itens alimentares de origem terrestre, tais como frutos, sementes e insetos. Existem registros desta espécie com mais de 2 Kg de peso corporal, e é sugerido que a mesma não realiza deslocamentos reprodutivos para desova.
A pirapitinga possui notável preferência por ambientes aquáticos preservados, com águas rápidas, de boa qualidade e mata ciliar íntegra, que fornece grande parte de seu alimento, mas devido à modificação destes habitats sua população tem reduzido, ao longo dos anos, nas Bacias do São Francisco, alto Paraná e Tocantins. Devido a este fato, este espécie encontra-se vulnerável de extinção no Brasil. Esforços conservacionistas devem ser direcionados para identificar e conservar habitats com a presença de populações saudáveis de B. nattereri, priorizando a viabilidade populacional desta espécie a longo prazo.