A curimatá-pacu (Prochilodus argenteus), também conhecida como curimatã-pacu, curimba ou zulega, alcança grande porte corporal e é o peixe mais capturado na pesca profissional do Rio São Francisco em Minas Gerais. Possui lábios espessos com vários dentículos, que raspam as algas e detritos junto ao fundo do rio. Apesar de ser observada em praticamente todos os ambientes investigados, a curimatã-pacu prefere habitar locais com o fundo rochoso.

Já a curimatá-pioa (Prochilodus costatus) possui corpo mais baixo e, geralmente, é menor do que a curimatá-pacu. Esta espécie é menos abundante do que seu similar no médio São Francisco e no Rio Pandeiros, mas apresenta maior quantidade na cabeceira do São Francisco e no Rio Cipó, onde forma grandes cardumes. É comum observar este peixe em plena atividade alimentar durante o dia e, durante a noite, normalmente permanece em estado inativo.

Ambas as curimatás da Bacia do Rio São Francisco são espécies de piracema, que migram rio acima e desovam durante os meses mais chuvosos do ano, padrão típico dos peixes migradores desta bacia. Devido a grande abundância nos rios e ao hábito alimentar detritívoro, estes peixes possuem papel fundamental no ciclo de nutrientes de um rio e são chamados pelos pesquisadores de “engenheiros” do ecossistema aquático.